De vinhedos centenários, lançamento da Viña Morandé revela faceta mais leve e ancestral da Cabernet Sauvignon
- Boas Taças Notícias

- 1 de set
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Casta mais plantada do Chile e rainha em cortes bordaleses elaborados no país, a Cabernet Sauvignon chilena ainda pode surpreender. É o que tem acontecido com o novo lançamento da Viña Morandé: El Cabernet de Ránquil, oriundo de vinhedos centenários e manejados sem irrigação no Secano Costero do Vale do Itata. O rótulo será oficialmente apresentado durante a ProWine São Paulo, que acontece entre os dias 30/09 e 02/10 no Expo Center Norte.
Sua safra de estreia, 2020, foi eleita Vino Revelación do Chile no Guia Descorchados 2025, com 98 pontos. “Com Ránquil, a fronteira do Cabernet chileno se expande, estende seus domínios e continua dominando a cena dos grandes tintos nacionais”, destacou Patricio Tapia, fundador da publicação.
A safra 2021 alcançou 98 pontos no James Suckling. O vinho foi elogiado por sua textura mineral e calcária, taninos precisos e fruta naturalmente concentrada. “Apresenta grande equilíbrio, o que o torna prazeroso agora, mas também com excelente potencial de guarda”, observou o editor sênior Zekun Shuai.
Respeito ao terroir e um reflexo da Cabernet no decorrer dos séculos
El Cabernet de Ránquil nasce de um vinhedo de 1,96 hectares, plantado há mais de 130 anos em pé-franco e no sistema gobelet. Durante o último século as videiras foram adaptadas para espaldeira e hoje permanecem em um sistema de condução quase livre, com apenas os fios necessários para sustentar os brotos.
Nesta região de secano no Vale do Itata, o clima é, em geral, quente e seco; mas devido à alta latitude e à influência de brisas costeiras, possui um período de verão mais curto, com presença de chuvas de verão. O solo granítico de Ránquil, com alta presença de quartzo, permite uma excelente retenção de umidade e um escoamento muito equilibrado.
“Reconhecemos que as oportunidades de trabalhar com vinhedos desta idade, origem, qualidade e variedade de uva são incrivelmente raras atualmente. Por isso, nos dedicamos a interpretar essas uvas da maneira mais pura possível, destacando não apenas seu caráter, mas, acima de tudo, sua autêntica singularidade”, explica Ricardo Baettig, enólogo-chefe da Viña Morandé.
A vinificação foi delicada: maceração a frio por cerca de 3 dias e, em seguida, fermentação em cubas de carvalho de 1.500 e 2.800 litros, com extração suave e remontagens diárias. O vinho estagiou por 16 meses em barricas francesas de 225 litros de distintos usos; e passou mais 2 anos em garrafa antes de chegar ao mercado.
Diferente do que se conhece como um típico Cabernet Sauvignon do Chile, este lançamento da Morandé é vibrante, com muito frescor, leveza, elegância e finesse. Possui textura mineral, muita suculência e perfumadas notas de frutas vermelhas, como groselha, framboesa e cereja; além de nuances de especiarias, que remetem a canela.
“El Cabernet de Ránquil nos desafia a repensar o que pode ser um grande Cabernet Sauvignon chileno. É um vinho que não busca replicar o que já conhecemos, mas sim iniciar uma nova conversa. Um tinto que, de certo modo, lembra os antigos Cabernet Sauvignon do nosso país, convidando-nos à exploração, a sentir a alma de Ránquil e sua história em cada gole”, resume Ricardo Baettig, enólogo-chefe da Viña Morandé.
De vinhedos centenários, lançamento da Viña Morandé revela faceta mais leve e ancestral da Cabernet Sauvignon
Fonte: Paula Theotonio
Jornalista & sommelière
@paulatheotonio



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