Dois rótulos do terroir de altitude dos Campos de Cima da Serra para marcar resiliência e celebração
- Boas Taças Notícias
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O Sobrevivente foi um vinho que nasceu a partir de uma condição extrema, um rótulo que muito provavelmente não teria sido produzido, e que só o foi graças à tenacidade – e por que não dizer, teimosia – dos produtores. Pois a uva Montepulciano que saiu dos vinhedos da família SOZO, em Monte Alegre dos Campos, próximo à Vacaria – diga-se de passagem com um rendimento pelo menos 30% menor do que o esperado, resultou em um vinho surpreendente, que simboliza a resiliência e o espírito de acreditar sempre que um objetivo é possível, mesmo quando diante de enormes desafios.
“Por estarmos em uma região de altitude, mais fria, naquele momento éramos o único vinhedo no Rio Grande do Sul que ainda tinha alguma uva a ser colhida”, diz Rodrigo Sozo, “a Montepulciano foi colhida no dia 7 de maio de 2024”, completa ele, que administra a SOZO Vinhos ao lado do pai, José, figura emblemática no cultivo de uvas e maçãs na região dos Campos de Cima da Serra.
Aqui abrimos um espaço para lembrar: dos últimos dias de abril até início de junho de 2024 o Rio Grande do Sul passou pela maior tragédia climática de sua história, um desastre natural que matou centenas de pessoas, deixou milhares de desabrigados e resultou em prejuízos incalculáveis, sentidos até hoje. O Sobrevivente, vinificado pela SOZO em parceria com a Vinha Solo, em Caxias do Sul, foi um vinho que, mesmo que não planejado, trouxe muitos aprendizados. “Não planejado pois não se esperava toda aquela chuva”, diz Rodrigo, “chuva que impediu a colheita por muitos dias, trazendo dúvidas sobrea possibilidade do aproveitamento da uva, e nos entregando um novo desafio de uma colheita totalmente artesanal, selecionando manualmente cacho a cacho com o maior cuidado possível”, detalha.
E foram muitos aprendizados mesmo porque tanto Rodrigo e José, os produtores, quanto Gilberto Carniel, o enólogo responsável pela vinificação na cantina, não sabiam o que resultaria daquelas uvas: “fomos surpreendidos pela possibilidade de ter um vinho com tanto tempo de videira, sob condição tão extrema”, diz Carniel, que confessa que a equipe não se sentia segura para deixar o vinho macerando por tanto tempo, “deixamos poucos dias, menos de uma semana”, diz ele. O resultado pode se comprovar na taça: apesar da Montepulciano ser uma uva conhecida também pela concentração de cor, o vinho converteu-se em um tinto um pouco mais leve, menos concentrado. “Tivemos também uma sequência de dias frios”, lembra o enólogo, “isso fez com que demorasse a iniciar a fermentação”.
O Sobrevivente foi uma partida única, de 3197 garrafas, que se acredita nunca mais poderão ser reproduzidas nessa condição climática tão extrema – aliás, considerando o que aconteceu no Rio Grande do Sul, esperamos que não sejam.
Pura Expressão da Natureza Feito a partir de métodos de agricultura sustentável e regenerativa, fermentação nativa e baixa intervenção, o Montepulciano Sobrevivente expressa não apenas a pureza desta casta de origem italiana no terroir basáltico e de altitude dos Campos de Cima da Serra, mas também toda a biodiversidade presente no vinhedo naquela condição climática extrema.
Algum tempo depois, a Sozo apresentou ao mercado o ‘par’ do Sobrevivente, o Celebrate, um espumante de altitude, Nature, Blanc de Blanc, 100% Chardonnay, que vem para festejar o grande desafio superado com a colheita histórica do Montepulciano Sobrevivente.
Os dois rótulos, tradução do terroir de altitude dos Campos de Cima da Serra, estão disponíveis para compra em lojas especializadas e através do site sozovinhos.com.br.
Dois rótulos do terroir de altitude dos Campos de Cima da Serra para marcar resiliência e celebração
Fonte: Nave Comunica
@navecomunica
Lucia Porto
Henrique Pizzatto
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